Acima de qualquer coisa é fundamental saber: ter corrimento é normal. Os fluidos vaginais fazem parte da anatomia feminina, sendo um sinal de que o organismo está funcionando corretamente.
De forma natural, a vagina produz uma secreção transparente ou levemente esbranquiçada, com um cheiro leve e característico, composta por muco, células mortas e micro-organismos protetores da flora vaginal.
Agora, estar atento às nossas secreções vaginais permite identificar possíveis alterações em suas características - o que pode, sim, ser um sinal de algum problema de saúde.
Se você tem dúvidas de quando o corrimento é normal e quando ele pode estar sinalizando uma doença, reunimos aqui tudo o que precisa saber a respeito. Confira agora!
O que é a secreção vaginal?
As secreções vaginais são líquidos produzidos e expelidos pela vagina para a liberação de células e fluídos – que podem ter volume, textura, fluxo e cores variadas. Por padrão, o corrimento é algo natural do corpo feminino, tendo um odor leve e coloração transparente ou branca.
Em alguns casos, como o período fértil da mulher, a secreção pode ainda ficar mais espessa e vir em um volume um pouco maior - sendo totalmente normal, relacionado à maior produção de estrogênio.
Durante a adolescência também é comum que ocorra uma quantidade e frequência maiores de secreção, fase da vida em que os hormônios estão se ajustando aos padrões normais - o que pode causar o “desajuste” temporário nos corrimentos.
Importante saber ainda que, seja por tabu ou por simples falta de informação, muitos ainda acreditam que as secreções vaginais estão relacionadas à falta de higiene feminina, o que não é verdadeiro.
O corrimento padrão feminino, com as características já citadas, tem a função principal de lubrificar a vagina, protegendo o tecido de lesões.
Diferença de secreção e corrimento
Tecnicamente, entende-se por secreção vaginal os fluidos naturais do corpo - sem que haja nenhuma disfunção no corpo feminino. Enquanto isso, o corrimento seriam aqueles com características relacionadas à doenças.
No entanto, na prática, os dois termos são usados como sinônimos em muitos casos, sendo diferenciados pelas características do corrimento para entender quando se enquadra nos fluidos normais da vagina ou não.
Entre as características a serem observadas estão a cor, cheiro, consistência e volume diferentes do habitual. Por isso, é essencial que a mulher conheça cada detalhe do seu corpo e acompanhe qualquer mudança em seu funcionamento.
Corrimento: quando devo me preocupar?
Apesar dos corrimentos serem naturais do corpo da mulher, nos casos em que o muco habitual muda de aspecto, de odor ou quando está associado a algum outro sintoma, como coceira vaginal, por exemplo, é necessário consultar um ginecologista. Nesses casos a secreção pode se tratar de alguma infecção ou alterações hormonais.
Na maior parte dos casos os diagnósticos e tratamentos relacionados aos corrimentos são simples, sendo que a anamnese e o exame ginecológico padrão geralmente são suficientes para se chegar a uma conclusão técnica assertiva. Entre os quadros mais comuns estão a candidíase e a vaginose bacteriana.
Tipos de corrimento
- Corrimento branco: esse tipo de secreção vaginal está diretamente relacionado à Candidíase, infecção da vulva e da vagina causada por um tipo de fungo. Além do corrimento de aspecto esbranquiçado e sem cheiro, a Candidíase também costuma causar coceira na vagina.
- Corrimento cinza: A secreção com cor acinzentada - que pode chegar a se apresentar em tons de verde claro - geralmente é causada por um desequilíbrio da flora vaginal e pela diminuição dos lactobacilos naturalmente presentes na vagina, causando a Vaginose bacteriana. Além da cor fora do padrão normal, o corrimento nesses casos costuma ser muito forte.
- Corrimento marrom: A secreção marrom geralmente não representa nenhum problema ginecológico, acontecendo como um reflexo das alterações hormonais após o período menstrual - quando a menstruação está no final. Deve-se estar alerta, no entanto, quando o corrimento for em tons de vermelho.
- Corrimento amarelo: O corrimento de cor amarelada geralmente acontece associado a outros sintomas, como odor desagradável da secreção e dor na relação sexual ou ao urinar. O quadro é diagnosticado como uma infecção da vagina causada pelo protozoário Trichomonas Vaginalis - uma doença sexualmente transmissível .
- Corrimento com sangue: Seja qual for a cor da secreção vaginal, caso ela aconteça fora do período menstrual, com a presença de sangue, é importante estar alerta e procurar a opinião de um médico especialista. O sangue pode indicar lesões que precisam ser avaliadas para um correto diagnóstico.
Em caso de qualquer secreção vaginal fora do padrão, é sempre recomendado procurar um médico ginecologista para analisar e indicar o tratamento mais indicado, quando necessário.
O caminho para tratar vai depender muito da causa identificada para as alterações no corrimento. Em alguns casos, inclusive, pode ser recomendado que o parceiro sexual da paciente também procure atendimento médico para ser indicado o tratamento recomendado.
Para quem quer se precaver e evitar os problemas que causam os corrimentos, as dicas mais importantes são: higienizar corretamente a região da vagina, evitar compartilhar roupas de banho ou íntima, optar por dormir com roupas leves e higienizar a região vaginal após as relações sexuais.
Lembrando que as medidas preventivas são sempre fundamentais para manter nossa saúde em dia, mas que também é crucial que o melhor caminho para conseguirmos identificar os sinais que nosso corpo nos dá de que algo não está como deveria é o autoconhecimento.
Entender como funciona nosso organismo, conhecer cada detalhe dele e identificar as secreções naturais da nossa vagina vão permitir detectar precocemente qualquer alteração fora do padrão.
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