Lembra quando se perguntou se realmente tinha capacidade para o seu trabalho? Ou todas as vezes em que valorizou todas as trajetórias de sucesso ao seu redor, menos a sua? Você pode não saber, mas já existe nome para esse diagnóstico: a síndrome da impostora.
Apesar de não ser uma exclusividade feminina, é fato que, por diversos fatores, os sintomas atingem mais as mulheres. Seja na vida pessoal ou na profissional, a distorção na auto-imagem prejudica diariamente um grande número de mulheres.
De acordo com a pesquisa “Acelerando o futuro das mulheres nos negócios”, produzida pela KPMG, 57% das mulheres entrevistadas disseram que se viram apresentando sintomas característicos da síndrome da impostora quando assumiram um novo papel de liderança.
Acredita que também esteja passando por isso?
A síndrome da impostora está te paralisando?
Reunimos aqui todas as informações que você precisa para entender o que é exatamente a síndrome da impostora, quais são os seus sintomas e 5 formas de como lidar com ela. Confira agora!
O que é a síndrome da impostora?
De forma técnica, a síndrome da impostora é uma desordem de autopercepção. Na prática, são características que configuram uma condição em que a pessoa acredita ser menos do que ela realmente é.
De forma geral, quem é afetado pelo distúrbio tende a valorizar as demais pessoas ao seu redor, ao mesmo tempo em que diminui suas qualidades.
O termo surgiu pela primeira vez em 1978, quando as psicólogas Pauline Clance e Suzanne Imes, da Universidade do Estado da Geórgia, realizaram um estudo com mulheres bem-sucedidas profissionalmente - e que ainda assim apresentavam diversas inseguranças em relação à sua capacidade.
Apesar de não ser reconhecida oficialmente como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda hoje diversas instituições e pesquisadores se debruçam para entender mais a fundo sobre o distúrbio e seus impactos individuais e sociais.
Sintomas da Síndrome da Impostora:
- Insegurança para tomar decisões;
- Baixa auto-estima;
- Perfeccionismo;
- Procrastinação;
- Autossabotagem;
- Autocrítica excessiva;
- Dificuldade em aceitar feedback positivo;
- Trabalho em excesso;
- Dificuldade em pedir ajuda;
- Falsa percepção de incompetência.
Importante saber que os sintomas variam de acordo com cada pessoa e contexto, não sendo necessário que todos aconteçam para que seja identificado o distúrbio de autoimagem.
Como superar a Síndrome da Impostora?
Agora que você já entende o conceito por trás do termo, é fundamental compreender também formas práticas de lidar com o distúrbio de auto-imagem assim que identificar alguns dos sintomas em seu dia a dia.
1. Relembre suas próprias experiências
Nada melhor do que nossas conquistas concretas para quebrar qualquer autossabotagem. Quando se sentir insegura ou achar que não está preparada para determinado desafio profissional, lembre-se de todas as experiências que já viveu na carreira e que fizeram com que chegasse onde está hoje.
Uma dica interessante é fazer uma lista no papel ou no computador com esses momentos da sua carreira e vivências. Com o passar do tempo e com a síndrome da impostora, podemos acabar diminuindo o que conquistamos e vivências que já tivemos.
Com todas essas experiências listadas vai ficar mais claro porque você é a pessoa perfeita para esse novo desafio. Seja qual for o número de tópicos, eles mostraram que você tem valor concreto para compartilhar com o mundo.
2. Busque uma amiga
Sabe aquela amiga que te conhece muito bem e que sempre irá falar a verdade? Uma ótima estratégia no momento em que a Síndrome da Impostora te paralisar é procurar por ela.
Com todo o carinho que uma amiga pode ter, ela será uma aliada perfeita para te lembrar das qualidades e experiências profissionais que a síndrome da impostora está te fazendo deixar de lado.
Naquele momento de procrastinação, ela também pode ajudar com o empurrão que falta para que você faça o que precisa ser feito.
3. Faça terapia
A amiga, familiar ou colega de trabalho podem ajudar muito a superar o distúrbio de autoimagem, mas, nada substitui o suporte profissional.
Não só como forma de se empoderar a partir do autoconhecimento, mas a terapia pode ser um ótimo caminho para tratar questões que talvez você nem saiba que causam impactos negativos em sua vida.
A terapia será também fundamental para entender exatamente se os sintomas sentidos estão realmente relacionados com a síndrome da impostora ou podem ter alguma outra causa a ser tratada.
4. Não deixe para amanhã
“Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje”. O ditado é famoso e se aplica perfeitamente ao dia a dia daquelas que sofrem com a síndrome da impostora.
Seja por acreditar que irá fracassar ou por um perfeccionismo inatingível, os sintomas do distúrbio da autoimagem podem fazer com que a procrastinação afete negativamente todos os âmbitos da vida.
Para quebrar esse ciclo, só há um caminho: fazer. Faça da melhor forma que puder, mas faça hoje.
5. Converse com outras mulheres ou uma mentora
Sua chefe é uma mulher admirável? Possui amigas que trabalham com algo semelhante à você? Marque um café com elas! Nada como compartilhar dores e vitórias com pessoas que vivem todos os dilemas femininos no mercado de trabalho.
Esses bate-papos podem ser esporádicos ou você pode ter também uma mentora, alguém para orientar quando for necessário e estimular o seu crescimento quando a síndrome da impostora te puxar para baixo.
Livros e podcasts incríveis sobre o assunto
Se você quer se aprofundar ainda mais no assunto e compreender melhor de que forma a Síndrome da Impostora pode afetar a sua vida, um ótimo caminho pode estar nos livros.
Separamos três indicações de títulos sobre o tema que podem ajudar!
Livros:
- “O Ciclo da Autossabotagem”, de Stanley Rosner e Patricia Hermes;
- “Síndrome da impostora: Por que nunca nos achamos boas o suficiente?”, de Rafa Brites;
- “A Síndrome do Impostor: como entender e superar essa insegurança”, de Sandi Mann.
Podcasts:
- “A síndrome da impostora”, no Meu Inconsciente Coletivo;
- “A tal síndrome da impostora”, no Afetos;
- “Quem tem síndrome da impostora?”, no Mamilos.
Agora, se gostaria de conferir conteúdos sobre outros temas relacionados ao autoconhecimento e ao empoderamento feminino, no blog da Fleurity você encontra diversos deles! Por lá, tratamos de assuntos que vão desde a interseccionalidade, a compulsão alimentar, até outros fenômenos sociais como a cultura do estupro. Vale a pena conferir!