Pelo próprio nome já é possível imaginar as alterações causadas na anatomia do corpo feminino: uma mulher é diagnosticada com útero retrovertido quando o órgão está em uma posição inversa ao é esperado para ele.
Agora, além da diferença anatômica, muitas dúvidas relacionadas ao útero retrovertido - também conhecido popularmente como útero invertido - ainda surgem.
Por que o órgão se posiciona dessa forma em algumas mulheres?
O útero retrovertido causa infertilidade ou dificuldade de engravidar?
Quais são os sintomas e o diagnóstico?
Para tirar todas as dúvidas de uma vez por todas, a Fleurity preparou um conteúdo completo com todas as informações que você precisa para responder todas as questões e entender a fundo o que é o útero retrovertido. Confira agora!
O que é útero retrovertido?
Antes de entender a posição assumida pelo útero nas mulheres com o diagnóstico de útero invertido, é necessário compreender como, por padrão, o órgão se encontra no corpo feminino.
Anatomicamente, o útero tem um formato de uma pêra de cabeça para baixo e se posiciona na região pélvica com sua parte mais estreita em contato direto com a cavidade vaginal.
No caso de mulheres com o útero retrovertido - condição tecnicamente chamada de retroversão uterina -, o órgão se encontra virado para trás, na direção da nossa coluna vertebral, de forma permanente.
Lembrando que, como o útero não é um órgão fixo, em algumas situações ele pode se movimentar - sem que isso represente um diagnóstico de útero retrovertido. Durante a gravidez, por exemplo, o órgão costuma se mover à medida em que o bebê cresce, para melhor acomodá-lo junto aos outros órgãos localizados na região.
Sintomas e diagnóstico do útero invertido
O útero invertido é uma condição relativamente comum e estima-se que de 15% a 25% das mulheres apresentem o diagnóstico - tendo uma relação genética ou não.
Algumas mulheres já nascem com o útero retrovertido, enquanto outras desenvolvem a condição anatômica ao longo da vida em situações específicas. Durante o parto, por exemplo, o órgão pode ter sua posição alterada devido à movimentação natural do processo - sendo que, nesses casos, geralmente é uma condição passageira.
Em outros casos o útero invertido pode se apresentar a partir de problemas como a endometriose e/ou infecções pélvicas.
É importante lembrar que o útero retrovertido não é considerado uma doença, sendo que uma mulher pode passar muitos anos sem sequer saber que tem essa condição anatômica.
De forma geral, o diagnóstico é feito pelo ginecologista durante a realização de exames de rotina, como a ultrassonografia e o papanicolau.
Apesar de natural, o diferente posicionamento do útero pode causar desconfortos específicos em algumas mulheres.
Os sintomas mais comuns do útero retrovertido são:
- Cólica forte na região pélvica;
- Dor durante as relações sexuais;
- Desconforto ao urinar;
- Dor durante a evacuação;
- Cólicas menstruais intensas;
- Dor na coluna lombar e nas costas.
Quando os sintomas são mais severos, o mais importante é sempre procurar um especialista para investigar qualquer incômodo ou sintoma identificado. O médico ginecologista vai poder indicar os exames necessários para um correto diagnóstico e, caso necessário, o tratamento a ser seguido.
Apesar de raros, em alguns casos pode ser realizado um procedimento cirúrgico para reposicionar o útero - com o objetivo de reduzir os desconfortos da mulher.
Já para o alívio de alguns desconfortos mais leves, como cólicas na região pélvica, uma boa alternativa, evitando tomar analgésicos, são as bolsas térmicas feitas com sementes que podem ser utilizadas quentes para aliviar as cólicas.
Quem tem útero invertido pode engravidar?
O entendimento mais comum e equivocado sobre o diagnóstico de útero invertido é relacionar a condição com a infertilidade, o que não é real.
Ter o útero retrovertido não significa que a mulher teria, ou terá, dificuldades para engravidar ou ter uma gravidez de risco.
O que pode acontecer é a condição do útero retrovertido em algumas mulheres estar relacionada com o diagnóstico de endometriose - que este, sim, pode afetar na fertilidade feminina.
Como já comprovado cientificamente, mulheres com o útero retrovertido apresentam maior probabilidade de apresentarem endometriose. Dessa forma, é fundamental procurar um especialista no caso dos sintomas citados anteriormente, que podem estar associados tanto ao posicionamento do útero, mas que também pode levar a um diagnóstico do problema relacionado ao endométrio.
Além disso, já durante a gestação, nos casos em que a mulher possui o útero invertido, é comum que ao longo da gravidez o órgão se encontre em uma posição mais próxima da natural - pelo seu grande crescimento neste período. Como o útero aumenta de tamanho e ocupa toda a pelve, sua posição por si só não é indicativo de gravidez de risco ou direcionamento para uma cesariana, por exemplo.
Apesar de não ser um impeditivo para a gravidez, em alguns casos específicos é fundamental que o especialista saiba exatamente a posição do útero. No caso da fertilização in vitro, por exemplo, determinar a posição do útero é crucial para a inserção dos embriões durante o procedimento. A mesma situação acontece quando a mulher vai colocar um Dispositivo Intrauterino (DIU).
É incrível entender melhor sobre o funcionamento do corpo humano, especialmente no que diz respeito à complexa anatomia feminina, não é mesmo?
Para você que quer se aprofundar no assunto, no blog da Fleurity é possível conferir diversos outros conteúdos a respeito de problemas que podem afetar a saúde feminina, como a candidíase, infecção urinária e a adenomiose, por exemplo - incluindo sempre as formas de lidar com cada um deles para melhorar nossa qualidade de vida. Confira!