LGBTQIA+: tudo que você precisa saber sobre esse movimento

LGBTQIA+: tudo que você precisa saber sobre esse movimento

O primeiro passo para enxergar a pluralidade da existência humana é através da autoavaliação. Parece incoerente, no entanto, a máxima “para compreender o outro, é essencial compreender a si mesmo” existe por um motivo.

Em outras palavras, é a partir de um movimento interno que compreendemos, por exemplo, a forma que fomos educados. E, na maioria dos casos,  esse processo de educação foi ancorado em concepções distorcidas. 

É daí que surge o preconceito: concepções distorcidas.

Assim sendo, o acesso à informação verídica, fundamentada, é um grande aliado ao combate a homofobia, transfobia e a bifobia. Por esse motivo, a Fleurity preparou um conteúdo especial para você!

Dia do Orgulho LGBTQIA+

Anualmente,  28 de junho é reservado para o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA +. Um dia que visa celebrar a diversidade, é claro, mas, para além, serve para datar algo que é constante: a luta pelo respeito, direitos e inclusão.

A Revolta de Stonewall

Historicamente, tudo começou em 28 de junho de 1968, quando a polícia de Nova York fez uma de suas habituais batidas no Stonewall Inn, um bar da cidade destinado ao público LGBT.

Só que nesse dia, com várias pessoas agredidas e 13 detidas, a comunidade decidiu enfrentar os policiais. Como resultado, o silêncio foi transformado em protestos pela liberdade e o movimento ficou conhecido como a Revolta de Stonewall.

A Revolta de Stonewall brasileira

Muitas pessoas consideram que em São Paulo, no ano de 1983, uma revolta semelhante à Stonewall ocorreu no Ferro's Bar. De qualquer maneira, os dois acontecimentos pautam e fortalecem o movimento LQBTQIA+ no Brasil.

Afinal, em terras nacionais, “há uma estrutura de poder que normaliza um tipo de sexualidade como a única aceitável e legítima, excluindo e discriminando todas as outras experiências dissidentes dessa ordem sexual”, conforme explica Renan Quinalha.

O que significa LGBTQIA +?

Depois de um pouco de história, está na hora de compreender a sigla. Mas, antes, é necessário compreender que ela engloba orientação sexual e identidade de gênero

Logo, para entender esses termos, é necessário fazer uma separação, mesmo que rasa, entre atração versus expressão, respectivamente. 

Em outras palavras, a orientação sexual dá conta do desejo físico e/ou afetivo que uma pessoa sente pela outra. 

Já a identidade de gênero é a forma que uma pessoa expressa o gênero com que ela se identifica, seja feminino, masculino ou outro, independente do sexo biológico. 

"Identidade de gênero é a forma pela qual eu expresso o gênero com o qual eu me identifico", resume a TransAtivista, Bruna Benevides, em entrevista à Uol

Dessa forma, quando uma pessoa se identifica com um gênero diferente daquele que lhe foi designado ao nascer, ela é trans(gênero); quando ela se identifica, é cis(gênero).

Portanto, o “contrário” de LGBTQIA+ não é hétero e, sim, cis/hétero. Afinal, dentro da sigla, existe o T e pessoas trans podem ser héterossexuais. 

  • Nem toda mulher menstrua X homens também menstruam
  • Sigla LGBTQIA

    Isso dito, chegou a hora de desbravar a sigla:

    L: lésbicas. Ou seja, mulheres cis/trans que sentem atração por outras mulheres cis/trans.

    G: refere-se aos gays. Homens cis/trans que sentem atração por outros homens cis/trans.

    B: bissexuais. Isto é, pessoas cins/trans que se sentem atraídas por dois gêneros, sejam cis ou trans.

    T: refere-se à identidade de gênero. Ou seja, pessoas transgênero, transexuais e mulheres travestis. 

    Q: letra originária da expressão Queer que, em outras palavras, acolhe pessoas que não se enquadram em qualquer norma de gênero imposta pela sociedade. Isto é, não se consideram hétero e/ou cis, bem como pertencem a um gênero que foge da binariedade homem/mulher.

    I: de intersexuais. Em síntese, “pessoas que nascem com diferentes tipos de variações biológicas em suas características sexuais”, conforme definição da Folha de São Paulo.

    A: letra que acolhe os assexuais. Pessoas que podem ou não ter relações afetivas, sem ter relações sexuais. 

    +: simboliza tudo dentro da discussão de sexualidade e gênero que não possui uma letra específica dentro da sigla, com pansexuais, neutrosexuais, não-binários em outros.

    O correto é homosexualidade

    Sigla na ponta da língua? Ótimo, mas não cometa o erro de falar homossexualismo, combinado?! Mesmo que a intenção seja boa, o termo correto é homossexualidade. 

    Isso porque o sufixo “ismo” é utilizado para classificar transtornos e doenças tanto no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais(DSM), quanto na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID).

    Só que a homossexualidade deixou de ser considerada um transtorno mental em 1973 e uma doença em 1990. Portanto, não há motivos (e nunca houveram) para tratar pessoas homo como doentes. Ou seja, beijinhos e até nunca mais, idade média. 

    Filmes LGBTQIA+

    Por via de regra, não é um texto que faz com que enxergamos a pluralidade do ser humano ou compreendamos certas nomenclaturas. 

    Às vezes,  a compreensão ocorre através do entretenimento ou, melhor dizendo, através de uma associação entre o que se lê e o que se vê.

    Nesse sentido, filmes LGBTQIA +, com personagens verídicos e que abordam questões que permeiam o movimento, são aliados no combate à homofobia, transfobia e bifobia. 

    Isso porque tudo o que foi descrito acima torna-se mais real para quem sempre gozou do privilégio de ser uma pessoa branca, cis e heterossexual em um país extremamente preconceituoso.

    À vista disso, a Fleurity separou seis filmes LGBTQIA+ de diferentes regiões, como América do Sul, América do Norte e Europa, que ampliam a compreensão sobre o movimento:

  • Tomboy: drama francês de 2011, escrito e dirigido por Céline Sciamma. Disponível no Telecine. 
  • XXY: lançado em 2007, é um drama hispano-franco-argentino, escrito e dirigido por Lucía Puenzo. Disponível na Netflix. 
  • Hoje Eu Quero Voltar Sozinho:  é um drama brasileiro de 2014, dirigido, produzido e roteirizado por Daniel Ribeiro. Disponível na Netflix ou YouTube. 
  • Moonlight: Sob a Luz do Luar:  de 2016, é um filme dirigido por Barry Jenkins, baseado na peça de McCraney, intitulada “In Moonlight Black Boys Look Blue”. Disponível no YouTube.
  • Uma Mulher Fantástica:  dirigido e escrito por Sebastián Lelio, é um drama chileno de 2017 que, não só ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro no ano seguinte, como conta com a atuação impecável de Daniela Vega Hernández, atriz transexual. Disponível na Amazon Prime Video. 
  • Retrato de Uma Jovem em Chamas: drama histórico francês de 2019, escrito e dirigido por Céline Sciamma. Disponível no Telecine e YouTube. 

  • Quer saber mais sobre o assunto? Homens menstruam: mito ou verdade?

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