Provavelmente você já ouviu falar sobre pobreza menstrual, certo? O assunto ficou muito em alta no último ano graças ao projeto de lei para distribuição gratuita de absorventes. Mas será que a gente realmente sabe o que é isso?
Para você pode ser natural ir ao banheiro algumas vezes quando está menstruada para trocar o absorvente ou esvaziar o coletor, por exemplo. Entretanto, esta não é a realidade de milhões de meninas, mulheres e homens trans pelo mundo.
Por isso, no blog de hoje vamos entender de uma vez por todas o que é pobreza menstrual e como podemos contribuir para esta luta. Confira!
Afinal, o que é pobreza menstrual?
Pobreza menstrual é a condição enfrentada por pessoas que menstruam e não têm acesso às condições básicas para manter a higiene íntima durante o período menstrual.
Apesar de a higiene menstrual estar entre os direitos humanos reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), milhares de meninas, mulheres e homens trans ainda sofrem com a falta de acesso a produtos menstruais e infraestrutura básica de higiene, como acesso à água e ao banheiro. Esta é a realidade da pobreza menstrual.
Geralmente, essa condição está diretamente relacionada à pobreza econômica e a falta de condições financeiras para comprar absorventes descartáveis ou reutilizáveis, coletores ou calcinhas absorventes.
Mas não é só isso. A pobreza menstrual também está na falta de acesso à informação, na falta de apoio familiar, no tabu sobre a menstruação e em como tudo isso se reflete na insegurança que pessoas que menstruam vivem durante este período.
A pobreza menstrual no Brasil
Uma em cada quatro adolescentes brasileiras não têm acesso a produtos menstruais durante a menstruação. E isto não chega a ser o pior: mais de 1,5 milhão de mulheres vivem em residências que não têm banheiro ou acesso à água.
Nas escolas, mais de 1,2 milhão de meninas não têm papel higiênico nos banheiros. E, de acordo com o levantamento realizado pela pesquisa “Impacto da pobreza menstrual no Brasil”, elas perdem, em média, 45 dias de aula por ano pelo simples fato de menstruarem e não terem absorventes.
A razão para tudo isso é clara: a estimativa é que uma pessoa que menstrua gaste, no mínimo, R$12 por mês com absorventes descartáveis. Um custo muito acima do possível para pessoas que vivem em extrema pobreza.
A longo prazo, isto gera um custo aproximado de R$6 mil ao longo da vida. No Brasil, onde as mulheres são maioria entre a população mais pobre, isto significa ter que viver com a pobreza menstrual.
O que é o Projeto de Lei 4.968/2019?
O Projeto de Lei (PL) 4.968/2019 foi proposto pela Deputada Federal Marília Arraes para a criação do Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. Entre as principais medidas, o PL previa a distribuição gratuita de absorventes para:
- estudantes de baixa renda matriculadas em escolas da rede pública de ensino;
- mulheres em situação de rua ou em situação de vulnerabilidade social extrema;
- mulheres apreendidas e presidiárias, recolhidas em unidades do sistema penal;
- mulheres internadas em unidades para cumprimento de medida socioeducativa.
Esta foi uma importante medida de combate à pobreza menstrual no Brasil, à promoção da saúde menstrual e ao incentivo à educação para pessoas que menstruam. Entretanto, depois de aprovado pelo Senado, o projeto teve cinco trechos vetados pelo Poder Executivo em outubro do ano passado.
Entre eles, um dos mais importantes: o Programa de Fornecimento de Absorventes Higiênicos.
Atualmente, o projeto foi sancionado e transformado na Lei 14.214, de 2021. Mas a distribuição gratuita de absorventes segue suspensa e o veto está em análise no Congresso Nacional.
Pobreza menstrual é uma questão de saúde!
Meninas, mulheres e homens trans que lidam com a pobreza menstrual muitas vezes buscam métodos alternativos aos absorventes. Mas o problema é que isso pode representar um grande risco para a saúde.
Usar miolo de pão, jornais, panos, papel higiênico ou qualquer outro produto que não seja específico para menstruação no lugar do absorvente higiênico, do coletor menstrual ou da calcinha absorvente pode causar infecção urinária e vaginal, candidíase e até mesmo lesões na região íntima.
O mesmo vale caso a pessoa tenha acesso a absorventes, mas em quantidade que não seja suficiente para o fluxo. Nestes casos, é provável que ela fique muito tempo com o mesmo item, o que também pode causar infecções e inflamações.
Como combater a pobreza menstrual?
Não existem dúvidas que combater a pobreza menstrual é um dever do Governo. Entretanto, todos nós podemos somar nesta luta e ajudar uma pessoa que menstrua a ter uma relação mais saudável e feliz com o seu ciclo.
Por isso, se tiver oportunidade (e condições), procure iniciativas próximas a você que arrecadem produtos de higiene menstrual e faça uma doação. O mais legal é que você doe produtos que possam ser usados mais de uma vez, como o coletor menstrual, mas toda doação é válida e muito bem vinda!
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Se não puder doar, existem outras maneiras de se juntar a este movimento. Uma das principais é ajudar a quebrar o tabu e falar sobre menstruação com todas as pessoas de forma natural.
Dessa forma, mais pessoas entendem que menstruar é algo normal e se tornam conscientes deste problema grave e que ainda é tão pouco debatido. Com isso, nossa luta pela liberdade de menstruar com dignidade alcança mais pessoas e se torna ainda mais forte!
Como a Fleurity contribui para o combate à pobreza menstrual?
Durante todo o ano passado, a Fleurity ajudou cerca de 10 instituições com a doação de coletores menstruais e absorventes reutilizáveis para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Ao todo, foram mais de 2.000 produtos doados. E nós não vamos parar por aí: a nossa iniciativa segue em 2022 e você está convidado a fazer parte dela.
Conheça o blog da Fleurity e ajude a combater a pobreza menstrual levando informação de qualidade sobre a menstruação para pessoas que menstruam ou não. Vamos juntas nessa luta! ❤️