A definição de identidade de gênero mudou muito rápido nos últimos anos e nem todo mundo conseguiu acompanhar essa mudança. Você sabe, por exemplo, o que é gênero fluido?
Se não sabe, tudo bem! Você não é a única. Para te ajudar a ter uma comunicação mais inclusiva e que respeite a diversidade das pessoas, preparamos esse artigo com tudo o que você precisa saber sobre essa identidade de gênero. Confira!
O que é identidade de gênero?
A identidade de gênero está relacionada ao gênero com o qual uma pessoa se identifica, que pode ser diferente do gênero definido no seu nascimento. É sobre a forma como a pessoa se vê e como deseja ser reconhecida pelos outros.
No geral, o gênero é determinado quando a pessoa nasce de acordo com a anatomia dos órgãos genitais. Assim, somos categorizados como “homem” ou “mulher”. Mas a verdade é que a percepção de gênero pode ir muito além disso.
Muito mais do que ter uma vagina ou um pênis, o que determina a identidade de gênero de alguém é a forma como a pessoa se vê e se expressa no mundo. Por isso, essa percepção precisa englobar também a aparência física, o modo de se vestir, o comportamento e até a maneira de falar e pensar.
Dessa forma, os principais tipos de gênero são:
- Cisgênero: quando a pessoa se identifica com o sexo do nascimento;
- Transgênero: quando a pessoa se identifica com um gênero que não é o do nascimento;
- Não-binário: quando a pessoa não se sente pertencente a um único gênero.
O que é uma pessoa de gênero fluido?
Uma pessoa de gênero fluido é aquela que tem identidade de gênero fluida. Ou seja, que pode transitar entre as percepções de feminino, masculino, neutro ou outros tipos de gênero de tempos em tempos.
Vale lembrar que não existe prazo determinado para isso. Ter gênero fluido não quer dizer que uma semana você precisa se identificar como mulher e na outra como homem. A transição pode acontecer de um dia para o outro, de uma semana para a outra ou mesmo depois de anos.
Além disso, as mudanças também podem ser graduais ou súbitas, entre os mesmos gêneros ou entre gêneros diferentes a cada mudança, influenciadas ou não por questões hormonais e muito mais. Esse é um processo único e totalmente individual.
A percepção fluida de gênero também não tem nada a ver com a orientação sexual — o desejo afetivo e sexual por outras pessoas. Uma pessoa pode ter gênero fluido e se identificar com qualquer uma das letras da sigla LGBTQIAP+.
👉 Veja também: O que você não sabe sobre a sigla LGBTQIAP+
Gênero fluido ou não binário: qual a diferença?
O gênero fluido está dentro do gênero não-binário, mas nem toda pessoa não-binária tem gênero fluido.
Isso porque a não binaridade pode incluir qualquer identidade de gênero que não se entenda estritamente como feminina ou como masculina. Ou seja, que está fora do padrão binário de gênero homem/mulher.
O gênero fluido é uma dessas possibilidades, já que transita entre as noções de gênero, mas não é a única. Outras identidades que fazem parte da comunidade não-binária são:
- Agênero: pessoas que não se identificam com nenhum gênero;
- Bigênero: pessoas que se identificam com dois gêneros (masculino, feminino ou outros);
- Demigênero: pessoas que se identificam como metade de um gênero e metade de outro;
- Pangênero: pessoas que se identificam com vários ou com todos os gêneros.
👉 Veja também: Alguém pode estar sofrendo de disforia de gênero perto de você!
Qual pronome usar para gênero fluido?
O pronome não-binário mais comum é o “elu/delu”. Outras variações possíveis quando falamos de um grupo de pessoas são o “todes” ou “todxs” ao invés de “todos” ou “todas”.
Se você está nas redes sociais, provavelmente já deve ter visto essas nomenclaturas alguma vez, já que elas tem aparecido cada vez mais junto ao nome de identificação das pessoas — e isso não é à toa!
No dia-a-dia, estamos tão acostumados a tratar as pessoas como “ela” ou “ele” que podemos nem perceber que, com isso, excluímos todas as outras possibilidades de identidade de gênero.
Esses novos pronomes não estão ligados à pré-definição de feminino ou masculino. Por isso, são muito mais inclusivos e podem fazer com que as pessoas se sintam mais pertencentes e, principalmente, respeitadas na sua escolha.
Então, se você não souber o pronome como uma pessoa de gênero fluido prefere ser chamada, apenas pergunte. É provável que ela já tenha uma forma como se identifica e o ato de perguntar pode ser muito pequeno para você, mas com certeza será muito grande para ela.
Manual rápido da diversidade de gênero
A gente entende que a conversa sobre diversidade de gênero é recente e, por isso, algumas pessoas ainda podem se confundir na hora de falar sobre o assunto.
Mas isso não é desculpa para não aprender e ressignificar a forma como entendemos e nos relacionamos com as diferenças. Por isso, aqui vão 7 dicas rápidas de respeito à diversidade para adotar no seu dia-a-dia:
- Cuidado com “piadas” ou comentários que podem ser preconceituosos;
- Respeite o nome social das pessoas;
- Pergunte o pronome pelo qual a pessoa prefere ser chamada;
- Respeite a opção de banheiro/vestiário de pessoas trans;
- Troque o termo “homossexualismo” por “homosexualidade”;
- Troque o termo “opção sexual” por “orientação sexual”;
- Não pergunte sobre o gênero de nascimento das pessoas.
Muitas vezes, o preconceito está diretamente relacionado à desinformação. Então, uma forma simples de contribuir para essa causa é compartilhar informação verdadeira e de qualidade — como o artigo que você acabou de ler.
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