Os números da violência: o que você não sabe sobre a sigla LGBTQIA+

Os números da violência: o que você não sabe sobre a sigla LGBTQIA+

28 de junho é o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. Para muitos, a data representa a vitória pela conquista de diversos direitos, mas, ao mesmo tempo, é sinônimo de medo e insegurança pela violência gratuita causada pela LGBTfobia.

Com certeza você já sabe que esse tipo de violência existe, mas será que tem noção da sua proporção e do quanto isso impacta na vida de pessoas que só querem ser e amar livremente?

Se você ainda está em dúvida, continue com a gente nesse artigo. Hoje, vamos descobrir de uma vez por todas o que significa a sigla LGBTQIA+ e entender o cenário da violência causada pela LGBTfobia no Brasil.

O que significa cada letra da sigla LGBTQIA+?

A falta de conhecimento e de educação sobre identidade de gênero, expressão de gênero e orientação sexual é uma das maiores causas de LGBTfobia no Brasil.

Por isso, antes de falarmos sobre os números da violência, preparamos um guia rápido com o significado prático de cada letra da sigla. Confira!

L: lésbicas

São consideradas lésbicas as mulheres que sentem atração sexual ou afetiva por outras mulheres.

G: gays

São considerados gays os homens que sentem atração sexual ou afetiva por outros homens.

B: bissexuais

O termo bissexual pode ser usado para homens e para mulheres. No geral, trata-se de pessoas que sentem atração sexual ou afetiva tanto pelo sexo masculino, quanto pelo sexo feminino.

T: transgênero

Pessoas transgênero são aquelas que não se identificam com o seu gênero biológico. Essa é uma situação relacionada à identidade de gênero, não à orientação sexual.

Também conhecidas como “pessoas trans”, o termo pode englobar:

  • Homens trans: pessoa que nasceu com o sistema reprodutor feminino, mas se identifica com o gênero masculino;
  • Mulheres trans: pessoa que nasceu com o sistema reprodutor masculino, mas se identifica com o gênero feminino;
  • Travestis: pessoas que nasceram com o sistema reprodutor masculino, mas se vestem e se comportam como gênero feminino sem necessariamente se incomodar com seu sexo biológico;
  • Não binários: pessoas que não se sentem 100% pertencentes a nenhum dos dois gêneros.

Q: queer

Pessoas queer são aquelas que têm orientação sexual e atração afetiva além dos padrões da heteronormatividade. Esse é um termo abrangente que é tanto uma orientação, quanto uma comunidade para pessoas LGBTQIA+.

Em resumo, a teoria queer defende que a orientação sexual e a identidade de gênero são construções sociais. Por isso, quem se identifica com o gênero queer, pode facilmente transitar entre as noções de gênero, como é o caso das drag queens.

I: intersexo

O termo intersexo é usado para representar pessoas que nascem com características sexuais — cromossomos, genitais e hormônios, por exemplo — que não se encaixam nem como totalmente feminino, nem como totalmente masculino.

Pode acontecer, por exemplo, de uma pessoa ter órgãos genitais femininos mas ser geneticamente compatível com o gênero masculino. Também pode acontecer da pessoa também ter genitais indefinidos.

A: assexual

Pessoas assexuais são aquelas que não sentem atração sexual por outras pessoas, independente do gênero. 

Existem vários níveis de assexualidade. Assim, uma pessoa assexual pode tanto não se envolver com ninguém, quanto desenvolver relações afetivas que não envolvam contato sexual.

+: outros

O símbolo de “+” no final da sigla LGBTQIA+ serve para incluir quaisquer outras identidades de gênero ou orientações sexuais que não se encaixem no padrão cis-heteronormativo e que não estejam em destaque na sigla.

É o caso, por exemplo, de pansexuais, polissexuais e curiosos.

O que é LGBTfobia?

A LGBTfobia pode ser entendida como rejeição, medo, discriminação ou ódio às pessoas que que não se encaixam no padrão cis-heteronormativo. Ou seja, que são pertencentes à comunidade LGBTQIA+.

No dia-a-dia, o termo também pode ser conhecido por um nome mais simples: homofobia. Originalmente, a palavra se referia apenas ao preconceito contra homossexuais, mas seu uso se tornou popular e hoje abrange também outras letras da sigla.

Vale lembrar que, assim como existe o termo homofobia, também existem termos para representar o preconceito específico a determinada orientação sexual ou identidade de gênero, como:

  • Bifobia: discriminação contra bissexuais;
  • Gayfobia: discriminação contra gays;
  • Lesbofobia: discriminação contra lésbicas;
  • Transfobia: descriminação contra pessoas trans (travestis, transexuais e transgêneros).

No Brasil, a LGBTfobia é crime enquadrado pela Lei de Racismo (7716/89), que prevê crimes de discriminação ou preconceito por raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, orientação sexual e identidade de gênero. A discriminação causa de 1 a 3 anos de prisão e multa.

Os números da LGBTfobia no Brasil

Todos sabemos que a LGBTfobia existe. Mas, muitas vezes, não fazemos ideia da proporção que esse tipo de discriminação alcançou no Brasil.

Confira 10 dados que mostram o quanto a maioria de nós tem noção do tamanho da violência contra pessoas LGBTQIA+ em nosso país:

  1. Brasil é o país que mais mata pessoas trans há 13 anos seguidos;
  2. 33% de todos os assassinatos de pessoas trans no mundo em 2020 aconteceram no Brasil;
  3. Mais de 300 pessoas LGBTQIA+ morreram de causas violentas no país no último ano;
  4. 30% dos mortos tinha entre 20 e 29 anos;
  5. A mais jovem vítima de transfeminicídio no Brasil tinha apenas 13 anos;
  6. Foram identificadas mais de 26 causas mortis de pessoas LGBTQIA+ no Brasil em 2021;
  7. Um LGBTQIA+ é agredido a cada hora em nosso país;
  8. Uma pessoa trans morre a cada 48 horas no Brasil;
  9. LGBTfobia é a terceira maior causa de bullying;
  10. Jovens LGBTQIA+ rejeitados pela família têm 8,4 vezes mais chances de tentar suicídio.

Fontes: Fundo Brasil, CNN Brasil, Agência Brasil, Carta Capital e Brasil de Fato.

Como combater a violência contra pessoas LGBTQIA+?

Você não precisa se identificar com a sigla LGBTQIA+ para lutar contra a LGBTfobia. É possível apoiar o movimento com pequenas atitudes e contribuir para que mais pessoas sejam livres para ser e amar como quiserem.

Não sabe como fazer isso? Então, aqui vão 5 dicas práticas para adotar no dia-a-dia e que podem causar um grande impacto:

  • Apoie artistas LGBTQIA+;
  • Evite expressões preconceituosas;
  • Não se cale diante de atos LGBTfóbicos;
  • Vote em candidatos políticos que se comprometam com a causa LGBTQIA+;
  • Quando ficar na dúvida sobre como chamar uma pessoa, pergunte como ela prefere ser chamada.
Além disso, buscar e compartilhar conhecimento também é uma maneira de lutar contra a violência a pessoas LGBTQIA+. Então, compartilhe esse artigo com aquela pessoa que ainda não entende muito bem a sigla e confira o blog da Fleurity para ver mais conteúdo sobre o assunto. Até lá! ❤️
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