Gaslighting: O que é e como identificar a prática?

Gaslighting: O que é e como identificar a prática?

Assim como Mansplaining, Manterrupting e outros, Gaslighting é um criado para sinalizar um abuso silencioso provocado por homens, principalmente em relacionamentos afetivos, para desestabilizar psicológica e emocionalmente uma mulher. 

No entanto, ao contrário de Mansplaining que, ao longo do tempo, recebeu a tradução de “macho palestrinha”, esse não é o caso de Gaslighting - logo você entenderá o motivo. 

Portanto, nos resta debruçarmos no significado da palavra Gaslighting em inglês que é “manipulação”. E, na verdade, a tradução não poderia ser mais apropriada.

Gaslighting é um termo que se encaixa perfeitamente em um homem que manipula a relação para, então, ter controle sobre a mulher. Para tanto, ele distorce, omite e até inventa informações, fazendo com que a companheira passe a duvidar de fatos, dos seus sentimentos e, em casos mais graves, da sua sanidade mental.

Inclusive, relacionamentos tóxicos, que podem ou não evoluir para a violência física, começam com a prática do Gaslighting. Todavia, por ser um abuso silencioso, é extremamente difícil de ser identificado - se você assistiu ao seriado Maid, da Netflix, sabe do que estou falando. 

Só que nós, mulheres, não podemos nos enganar. Gaslighting não deixa de ser tão descontrolado ou cruel quanto por não ser físico; a diferença é que não deixa marcas na pele.

“O Gaslighting é tão prejudicial quanto a violência física. Mas por acontecer de maneira mais sutil é mais difícil que a mulher perceba que é vítima até que já se encontre completamente anulada, sem autoestima e insegura”, completa a psicóloga especializada em comportamento e traumas Daiane Daumichen.

Como identificar um Gaslighting?

Se você costumava ouvir ou ouve frases como “você é louca”, “você fica imaginando coisas”, “você está exagerando” ou “você é sensível demais”, pois bem, esses são sinais de Gaslighting.

O que ocorre é que através desse tipo de frase, o homem, não apenas invalida qualquer tipo de comunicação saudável para um relacionamento, como transfere a responsabilidade para a estrutura psicológica e a percepção “incoerente” da mulher. Como se ela não fosse capaz de ler uma situação de forma congruente, sabe?

Isto é, o objetivo principal é desqualificar suas percepções, por mais que sejam absolutamente reais, para “sair por cima” de qualquer situação que o coloque em uma posição inferior, de descontrole. 

E aí você pode pensar: “mas eu ouvi esse tipo de frase a minha vida inteira”. Sim, é verdade. E você provavelmente ouviu, não somente de parceiros, mas como de  familiares e colegas de trabalho, porque esses e outros julgamentos “fizeram parte da criação e socialização de muita gente”, conforme explica o site AzMina

Isso porque a sociedade machista e misógina em que vivemos está o tempo todo empurrando nós, mulheres, para cumprir um papel que não nos serve mais: incapazes, desequilibradas, sensíveis demais. 

Além das frases acima citadas, outro sinal típico do Gaslighting é a distorção de fatos e, até mesmo, a invenção de história, por parte do agressor, para desorientar completamente a vítima em uma discussão. 

E aí o fundo do poço é você desistir de expor seu incômodo porque já não sabe mais o motivo da discussão; apenas que “deve estar exagerando” novamente e que tem sorte de encontrar alguém que “mesmo com suas loucuras”, a aguenta. 

Gaslighting é crime?

Segundo o artigo “O Gaslighting e suas Consequências Jurídicas”, a Lei Nº 14.188/2021, juntamente com a cooperação do programa Sinal Vermelho, considera o Gaslighting crime a violência psicológica contra a  mulher. A Pena para o abusador é de reclusão de um a quatro anos

Gaslighting é doença?

Por parte de quem pratica Gaslighting? É difícil bater o martelo sem um diagnóstico clínico. Afinal, muitos desses comportamentos ocorrem por conta, como visto anteriormente, da sociedade machista e misógina na qual estamos inseridas.

No entanto, deve haver casos em que o Gaslighting está ligado a homens com Transtorno de personalidade narcisista (TPN). Ou seja, “eles também tendem a desvalorizar outras pessoas para que possam manter uma sensação de superioridade”, explica o blog Manual MSD

No entanto, é papel do homem buscar ajuda de um psiquiatra e realizar o diagnóstico a partir de critérios clínicos. O seu papel como parceira é compreender de que forma esse tipo de relacionamento tóxico está afetando a sua autoestima, vontade de viver, ansiedade, quadros depressivos, entre outras coisas.

O que não pode ocorrer, da sua parte, é utilizar a desculpa de que “o meu parceiro é narcisista” e por esse motivo ele me trata dessa forma. Novamente, compreender se Gaslighting é uma doença faz parte de um processo de autoconhecimento dele; não seu. 

O seu papel é procurar um profissional da área da saúde mental e contar com outras mulheres que você sabe que não irão julgá-la! Você não está sozinha!  

Gaslighting: origem do termo

Para entendermos a origem do termo Gaslighting, é necessário voltar para 1938, mais especificamente para uma peça de teatro chamada “Gas Light” (À Meia-Luz). No palco, um homem faz de tudo para convencer a esposa que ela estava perdendo a sanidade mental para, então, ficar com sua fortuna. 

Para tanto, ele apagava e acendia as luzes da casa que, na época, eram à gás, e enquanto sua mulher relatava o que estava ocorrendo, ele a fazia acreditar que estava imaginando coisas, que aquilo não era verdade. 

Após seis anos, em 1944, o filme “À Meia-Luz'', estrelado por Ingrid Bergman e Charles Boyer, chegou aos cinemas como uma adaptação da peça e, então, o filme surgiu como origem do termo Gaslighting.

É importante mencionar que, tanto na peça de teatro, quanto no filme, no início, o homem, chamado Gregory Anton, se apresenta como extremamente encantador. Entretanto, aos poucos, vai manipulando situações cotidianas, ao ponto da mulher, Paula, duvidar da própria leitura dos fatos.

Como lidar com gaslighting no trabalho?

Por fim, vale a pena reforçar que Gaslighting não ocorre somente em relacionamentos afetivos, apesar de ser bem mais recorrente. 

Inclusive, em 2014, após entrevistar 2. 500 mulheres, o National Center on Domestic Violence, Trauma & Mental Health constatou que cerca de 73,8% acredita que o seu parceiro tem atitudes típicas do Gaslighting. 

De qualquer forma, práticas de gaslighting podem ocorrer em relações de amizade e no trabalho. Portanto, passe a prestar atenção se você ouve essas frases com muita frequência.

“O gaslighting no trabalho é um tipo de assédio moral, então é necessário relatar para o setor de RH ou para o seu chefe”, aconselha o escritório de advocacia Pedro Miguel Law.

E aí, curtiu o texto? Então, aproveite a infinidade de conteúdos que a Fleurity proporciona para você, com o objetivo de oferecer autoconfiança para o processo da emancipação feminina.

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